Novo Plano Estratégico Nacional de Resposta ao VIH/SIDA como agenda de trabalho do CCS-SIDA e parceiros

Novo Plano Estratégico Nacional de Resposta ao VIH/SIDA como agenda de trabalho do CCS-SIDA e parceiros

O processo de elaboração do novo Plano Estratégico Nacional de Resposta ao VIH-SIDA, horizonte 2022-2026, está em curso, com o exercício de avaliação do anterior plano estratégico e a auscultação de parceiros do setor público e da sociedade civil, incluindo a Rede Nacional de Pessoas que vivem com VIH.

Através de uma sessão virtual, o Comité de Coordenação do Combate à SIDA, CCS-SIDA, se reuniu esta quarta-feira, com a Verdefam, Associação Gay Cabo-verdiana, Rede Nacional de Pessoas que vivem com VIH, Associação Abraço, Morabi e as Delegacias de Saúde da Praia e de São Vicente para, juntamente com a equipa técnica e os consultores, fazer o ponto de situação das principais atividades desenvolvidas por essas entidades, no período de 2017 a esta parte, se inteirar dos pontos fortes e fracos que carecem de melhoria, bem como a questão do financiamento de respostas, para uma melhor planificação do novo plano estratégico.

Para introduzir a reunião, a Secretária Executiva do Comité de Coordenação do Combate à SIDA, Celina Ferreira, fez uma pequena abordagem sobre a situação epidemiológica do VIH-SIDA, os elementos sobre os financiamentos e a organização institucional da resposta do VIH-SIDA no país. Segundo afirmou, o VIH/SIDA continua a ser uma epidemia emergente, constitui um grande problema de saúde pública e um dos maiores desafios sanitários, no contexto da atual crise sanitária provocada pela pandemia da COVID-19.“Nós temos uma epidemia de baixa prevalência na população geral, com uma taxa de 6%, sendo as mulheres as mais infetadas, realçou”.

Celina Ferreira salientou que é preciso adaptar os serviços e incidir as intervenções junto das “populações prioritárias vulneráveis chave”, onde a prevalência do VIH/SIDA é de 3 a 6 vezes maior do que na população em geral.“Os grupos com maior prevalência são as trabalhadoras de sexo, com a prevalência de 4.6%, os homens que fazem sexo com homens com 6.1%, os usuários de drogas com 3.1%, os que usam drogas injetáveis com 6.4% e as pessoas com deficiência com 2.2%”, indicou. Entre outros dados, frisou que mais de 2500 pessoas que vivem com o VIH estão em tratamento antirretroviral e que, desse total, 68% está com a carga viral suprimida, o que, conforme enalteceu, constitui o objetivo do tratamento antirretroviral.

Da exposição feita, o Concelho da Praia continua a liderar em termos de números de infetados com o VIH, seguido dos Concelhos de Santa Catarina de Santiago e São Vicente.Durante o encontro de trabalho foram abordadas várias questões desde os projetos em curso, as ações psicossociais desenvolvidas desde 2017, os trabalhos de informação, educação e comunicação em matéria do VIH/SIDA no terreno, o impacto da pandemia da COVID-19 nas respostas ao VIH, a insuficiência dos recursos humanos e financeiros em alguns setores, entre outros.

Relativamente aos pontos que carecem de melhorias, foram destacados alguns aspetos a serem revistos, designadamente, reforços no acesso aos meios de proteção, prevenção e tratamento antirretroviral, e nos serviços de despistagem junto de populações chave; melhoria nos serviços de atendimento das pessoas que vivem com o VIH; promoção da educação com conteúdos do VIH/SIDA no sistema educativo e na comunidade; redução de estigma e discriminação; mais aposta na formação profissional, de modo a garantir atividades geradoras de rendimento e; promoção dos direitos das pessoas que vivem com VIH.

Conforme avançou a Secretária Executiva do CCS-SIDA, nas próximas semanas haverá mais discussões com os parceiros e a partir do dia 15 do corrente se iniciará o processo de redação do novo plano estratégico.Esta sessão virtual contou também com a participação da Direção Nacional da Saúde, através do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças Prioritárias, da Direção Nacional de Educação e do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente.