“Arte Cabedal”, como uma das opções de autossustento dos jovens que vivem com VIH
Cerca de 16 jovens que vivem com o VIH concluíram, na passada sexta-feira, uma ação de capacitação em “Arte Cabedal”, promovida pela Rede Nacional das Pessoas que Vivem com VIH, em parceria com o Comité de Coordenação e Combate à SIDA, e o Espaço Aberto Safende, visando dotar esses formandos de conhecimentos técnicos que lhes permitam driblar o desemprego e gerar as suas próprias fontes de rendimento.Durante um período de um mês, o Espaço Aberto Safende acolheu mais de uma dezena e meia de jovens numa formação em confeção de peças em cabedal, que teve uma carga horária de 80 horas.As linhas gerais tratadas abrangeram não só a parte prática, com desenho e corte dos modelos, técnica e montagem de peças recicladas, confeção de sandálias, bolsas e pulseiras, mas também uma outra vertente técnica sobre a comunicação/relacionamento interpessoal e postura no atendimento.A Secretária Executiva do CCS-SIDA, Celina Ferreira, avaliou esta ação como sendo um passo fundamental para aquilo que se pretende, que é “autonomizar” essas pessoas para que possam garantir o sustento às suas famílias.“Sabemos que Cabo Verde, como todo o mundo, está a viver contextos difíceis devido à pandemia da COVID-19, e isso obrigou-nos a restringir todas as atividades. O CCS-SIDA e seus parceiros mobilizaram fundos a fim de criar condições para que as pessoas que vivem com VIH possam tirar desta formação em artes a sua fonte de rendimento, e é com satisfação que já conseguimos realizar dois cursos de capacitação em “Arte Cabedal”, nestes períodos de confinamento”, salientou.Celina Ferreira que falava, na cerimónia de encerramento desta formação, se congratulou com as repercussões já notórias desta ação, tendo avançado que a perspetiva é ir mais longe e abranger outros concelhos.“Tenho constatado que alguns formandos estão a vender os seus artefatos e isso é uma satisfação enorme para nós, e só nos motiva a identificar novas ações de formação e novas estratégias de apoio psicossocial, a fim de ajudar mais pessoas a ter uma autonomia financeira através do autoemprego”, frisou.A Vice-Presidente da Rede Nacional das Pessoas que Vivem com VIH, Josefa Rodrigues, que também foi uma das formandas, considerou essa formação de extrema importância, principalmente, na questão do fortalecimento da autoestima desses jovens, e incentivou-os a dar continuidade a este projeto.Na mesma ocasião, a Vice-Diretora do Espaço Aberto Safende, Jandira Tavares, manifestou todo o interesse do centro que dirige em apoiar esses formandos, tanto com o atelier para darem continuidade às suas confeções, quanto com o acompanhamento psicológico, atendimento social, jardim infantil ou ainda integração escolar dos seus filhos.É de realçar que, trata-se da segunda ação de formação, levada a cabo pelo CCS-SIDA e os seus parceiros, com o propósito de ajudar as pessoas que vivem com VIH a se autoempregar e lidar com as situações difíceis derivadas da pandemia da COVID-19. Só neste contexto atípico, soma-se cerca de 40 pessoas a serem contempladas com este projeto, que tem como financiadores o Escritório Conjunto do PNUD, UNFPA e UNICEF – India Foundation e o Fundo Global para o VIH/SIDA, tuberculose e paludismo.